Como começar

Como começar a usar comida natural para cachorro?

Sem dúvida nenhuma nós amamos o nosso cachorro. Afinal de contas, eles são leais, fofos e, acima de tudo, nos fazem felizes. Há algum tempo, as dietas com alimentos crus para cães tornaram-se cada vez mais populares, já que a maioria dos tutores não quer alimentá-los com comidas processadas, por conta do aumento de casos de tumores em cães e outras doenças associadas a alimentos processados feitos para eles. É sabido que a comida natural para cachorro, além de mais saborosa, é muito mais saudável para nossos amiguinhos.

Cada cachorro é único, o que funciona para um pode não funcionar para outro. Portanto, as dietas naturais são únicas para cada cãozinho.

Outras preocupações associadas com alimentos processados ​​para eles são:

  • alergia alimentar;
  • problemas para ganhar ou perder peso;
  • problemas digestivos;
  • serem afetados por uma aflição frequente.

Para tais preocupações, a comida natural para cachorro pode ser a luz no fim do túnel, pois é exatamente o que eles deveriam consumir a fim de obter os nutrientes adequados e, consequentemente, ter no todo uma saúde melhor.

O que é a alimentação natural?

A BARF (Biologically Appropriate Raw Food) envolve alimentar os cachorros com ossos e comidas cruas. Um veterinário australiano, Ian Billinghurst, sugeriu que alimentá-los como a natureza ou a evolução pretendia melhora a saúde e o bem-estar deles, o oposto de alimentá-los com essas comidas comerciais à base de grãos. Ele afirma que a maioria delas não são digeríveis.

Bem, alimentar o seu doguinho com comida natural para cachorro tem seus benefícios e riscos. Os benefícios comprovados de uma dieta BARF são:

  • uma pele mais saudável e, consequentemente uma pelagem mais brilhante, suave e saudável também;
  • dentes mais limpos, já que os grãos e as fibras tendem a ficar entre os dentes e podem deixar seu cão desconfortável, além de poderem causar problemas dentários;
  • níveis de energia mais altos, pois o alimento natural é mais digerível e o cão pode obter energia e nutrientes facilmente disso;
  • se o cão tem alergias ou problemas digestivos, é provável que seja um assunto do passado, já que seu apetite e os hábitos alimentares serão melhores;
  • como o cachorro pode digerir e absorver a maior parte da comida, ele produzirá menos fezes, que serão menos fedorentas e bem formadas.

Por outro lado, os riscos potenciais de uma dieta BARF – baseada em comida natural para cachorro, são:

  • maior risco de doença por bactérias em carne crua contaminada, sendo suas doenças possíveis de representar um problema para o seu tutor e as pessoas que o cercam. Tenha em mente que algumas infecções bacterianas são transmissíveis aos seres humanos também;
  • alguns alimentos naturais podem causar uma dieta desequilibrada, podendo acabar prejudicando a saúde do seu cão a longo prazo;
  • há também o risco do cachorro se engasgar com os ossos inteiros além de causarem perfurações internas.

Criando um prato com alimentos crus para o seu cão

Os doguinhos, assim como os humanos, obtêm sua energia através de proteínas, carboidratos e gorduras, e estes três macronutrientes fornecem as calorias necessárias para ter o seu amigo forte, feliz e saudável.

As proteínas têm componentes fundamentais chamados aminoácidos que são as moléculas que o cão utilizará para produzir seu tecido, enzimas e energia. As enzimas são usadas em vários processos metabólicos e ajudam a acelerar a digestão, entre muitas outras funções corporais.

As gorduras são uma valiosa fonte de energia e podem fornecer o dobro da quantidade de energia derivada das proteínas. Considerando que as gorduras são essenciais para a função celular e fisiologia normal do corpo, alimentar os cachorros com muita gordura pode levar à obesidade e problemas cardíacos. As gorduras são usadas pelo cão para produzir hormônios e absorver as vitaminas lipossolúveis da dieta.

Sem um suprimento adequado de gorduras e proteínas, é bem provável que os cães morram. As gorduras e proteínas são nutrientes essenciais, enquanto os carboidratos não são, então os doguinhos ficarão numa boa se estiver pouco ou nada de fonte de carboidratos.

Equilibrando a gordura

Como mencionado anteriormente, as proteínas e gorduras são vitais, porém, a quantidade importa. Alimentar os cães com proteínas e gorduras é tão simples quanto comprar carne moída e colocá-la na tigela deles. Para obter a gordura corretamente, certifique-se de que aproximadamente 10% a 20% da sua comida seja gordura. Essa porcentagem deve incluir quaisquer gorduras como o óleo de peixe que o tutor possa adicionar à dieta do seu cãozinho. O restante da comida deve ser proteína.

Por que existe um limite tão rigoroso para a quantidade de gordura fornecida ao cachorro?

Gorduras em excesso

A gordura geralmente não tem vitaminas ou minerais e é basicamente pura energia. Esta segunda opção apresenta um desafio porque se a dieta do cão é mais de 20% de gordura, ela consome as vitaminas e os minerais do animal. A dieta torna-se então nutricionalmente deficiente e pode prejudicar o cachorro, especialmente filhotes e doguinhos mais velhos.

Gorduras insuficientes

Os níveis de gordura na dieta do seu cão abaixo de 10% farão com que ele desenvolva pele seca e coceira. A pele seca é o primeiro indicador de que o cachorro está necessitando de gordura.

Existem duas propriedades da gordura que devemos levar em consideração ao preparar uma refeição crua para o cachorro, devemos observar o grau de saturação de gordura e se elas pertencem à família ômega.

As gorduras podem ser saturadas, monoinsaturadas e poliinsaturadas, das quais incentivamos principalmente as gorduras saturadas e poliinsaturadas. Para manter as gorduras saturadas baixas:

  • obtenha mais carne herbívora ou misture carne bovina e de aves;
  • adicione óleos poliinsaturados a refeições com baixo teor de gordura, por exemplo, óleos de peixe;
  • não use óleo de coco na preparação de refeições naturais, pois é saturado.

Os ômegas são classificados como gorduras ômega-6 ou ômega-3, e aconselhamos que você escolha mais a segunda opção do que a primeira, pois o ômega-6 é pró-inflamatório, enquanto o ômega 3 é anti-inflamatório. Para equilibrar adequadamente essas gorduras:

  • retire a pele das aves;
  • evite alimentá-lo com porco se o animal não for alimentado com capim;
  • tente alimentar o cão com aves e ruminantes, como cabras e vacas;
  • complemente as gorduras ômega-3 usando fontes como o cânhamo.

Ao decidir sobre a comida natural para o cachorro, entenda que o osso é uma excelente fonte de minerais, então se for impossível incorporar algum aspecto desse ingrediente na comida do seu amigo, faça-o sem medo. Fontes de suplementos ósseos incluem pó de casca de ovo, algas marinhas e corais, porém, esses três componentes têm insuficiência de magnésio, portanto, o melhor substituto ósseo para os doguinhos é a farinha de ossos. As substituições também são cruciais para os cachorros de pequeno porte ou para aqueles que não conseguem mastigar os ossos.

Obtendo os minerais e vitaminas corretamente

É sensato que os cães consumam alimentos naturais ricos em quantidades adequadas de minerais e vitaminas.

Minerais

Os minerais e oligoelementos são cofatores essenciais que estão envolvidos nos processos metabólicos dos cachorros. Enquanto as proteínas fazem as enzimas, os minerais fornecem o suporte necessário para que as enzimas funcionem. A falta de minerais pode levar os cães a terem doenças como problemas nas articulações, problemas cardíacos, e convulsões, só para citar algumas. Embora isso possa parecer assustador, é fácil balancear os minerais usando ossos.

O osso contém cerca de 65% de minerais como cálcio, magnésio, zinco e fósforo. O cálcio e o fósforo melhoram a coordenação muscular do cão, além de serem excelentes para uma boa saúde geral e também são essenciais em outros processos.

A carne é rica em fósforo, e alimentá-los com carne desossada significa que os doguinhos vão obter o cálcio de seus ossos, e a reabsorção óssea leva a doenças articulares, sendo comum em cães em crescimento, como os filhotes.

Portanto, é recomendável garantir que 10% a 15% da dieta do seu cão seja composta por ossos para apoiar o seu desenvolvimento musculoesquelético, sendo a demanda percentual notavelmente maior para filhotes em crescimento e cães idosos.

É crucial garantir que os tamanhos dos ossos incluídos nas dietas cruas sejam apropriados para o cachorro e que ele possa comer todos os ossos fornecidos. Por precaução, tente evitar tamanhos que o cão possa engolir o osso por inteiro.

Esse método é vital, pois os ossos inteiros podem ser difíceis de digerir, causar obstrução intestinal ou perfurações. Evite também aqueles ossos que são feitos para suportar peso, pois podem quebrar os dentes ou ficar preso no trato intestinal. De preferência, alimente-o com ossos com muitas articulações ou que sejam carnudos com articulações.

As opções de osso para escolher incluem:

  • aves como frango, pato ou peru;
  • cordeiro;
  • coelho;
  • porco;
  • gado.

Vitaminas

As vitaminas são os micronutrientes essenciais necessários para os cães.

  • Carnes de órgãos

Nem todas as proteínas são iguais, e algumas são mais ricas em minerais e vitaminas. As carnes de órgãos como coração, fígado, rim, pâncreas, pulmões etc. são multivitamínicas naturais.

No entanto, a maior fonte de vitaminas é o fígado. Este órgão fornece vitaminas B e C e minerais como cobre e ácido fólico, provavelmente abrangendo cerca de 10% da alimentação total. Mas não limite a comida apenas ao fígado, adicione outros órgãos, como coração, rim, baço e pâncreas.

A adição de frutas e vegetais, apresentou reduzir o risco de câncer nos cachorros. Portanto, a dieta natural deve conter carnes, ossos e vegetais com antioxidantes e ácidos graxos de cadeia curta.

Para atingir todos os pontos, incentivamos que forneça os micronutrientes na dieta crua do seu cão, e alguns deles são:

Vitamina D

Os cães não podem produzir a vitamina D a partir da luz solar como os humanos, mas também não queremos o excesso dessa vitamina, pois prejudicaria os rins do cachorro. Portanto, existe uma necessidade de equilibrar a deficiência de vitamina D e o seu excesso na alimentação. Excelentes fontes dessa vitamina são:

  • Cogumelos;
  • Peixe gordurosos;
  • Gema de ovo.

Manganês

O manganês é vital para os processos metabólicos, e é muito provável que as dietas naturais para os cães tenham essa deficiência. Cachorros com insuficiência de manganês são propensos a sofrer problemas nas articulações, o que afeta sua mobilidade. Esse elemento químico é encontrado no espinafre, mexilhões, ostras e mariscos.

Qual a quantidade de comida crua é apropriada para o cachorro?

A idade do doguinho determina a quantidade de comida natural dada a ele. Idealmente, a necessidade de alimentação para cães adultos é de 2% a 3% do seu peso. Um cachorro mais ativo exigirá um pouco mais, enquanto um mais preguiçoso exigirá um pouco menos. Para determinar se o cachorro está bem alimentado, tente sentir suas costelas, se elas são sentidas, mas não vistas, o animal está bem.

Quanto aos filhotes, incentivamos cerca de 5% a 10% do seu peso atual, sendo o aumento percentual conforme a demanda de crescimento. Recomendamos que o filhote receba mais cálcio e menos gordura do que os cães adultos.

Como começar a alimentar seu cão com comida crua

Quando é tomada a decisão de mudar a alimentação do seu cachorro para a dieta natural, incentivamos primeiro o desmame da comida habitual, introduzindo gradualmente a comida natural. O desmame pode envolver a mistura de alimentos em proporções de 50% e 50%, depois de 75% e 25% e, finalmente, a comida 100% crua.

Esperamos que este artigo lhe sirva de ajuda nesta nova jornada sobre como começar a alimentar seu cão com comida natural. Essas dietas naturais são uma alternativa mais saudável para um cão feliz e ativo. Em nosso site você encontra diversas receitas de comida natural para cachorro saudáveis, simples e fáceis de fazer. Clique aqui e conheça algumas.
Que vocês tenham sucesso nesse novo caminho!

Entendeu? Já pode ir preparar minha comidinha?